Hey, proposito(a), tudo bem por aí? De acordo com o calendário litúrgico cristão, estamos no tempo da celebração do Advento, caminhando para a celebração do Natal. Você sabe do que se tratam estas duas celebrações? Elas são diferentes entre si, mas estão profundamente conectadas. No textinho de hoje, queremos te ajudar a entender as diferenças e conexões entre cada uma delas e a refletir, intencionalmente, sobre como elas podem transformar o seu cotidiano. Vamos juntos?
O que é o Advento?
É a época do calendário litúrgico cristão que precede o Natal. Neste ano de 2022, ocorreu no período de 24 de novembro a 21 de dezembro. Nesta época, nós olhamos para trás para conseguirmos olhar para frente. Resgatamos em nossa memória e imaginário o modo singular como Deus conduziu a história do Seu Povo de modo a fazer com que toda a expectativa de redenção deste Povo estivesse enraizada e suprida na manifestação gloriosa e humilde de Jesus Cristo ao mundo. Neste período, somos levados a nos lembrarmos da promessa de Deus de enviar ao mundo Aquele que venceria o pecado e a morte para sempre. E ainda, somos encorajados a continuar caminhando com esperança pela segunda vinda de Cristo, quando Ele, então, cumprirá em definitivo todas as suas promessas.
Como bem ressalta Mike Farley: “No Advento, não apenas celebramos o cumprimento inicial dessas promessas na primeira vinda de Jesus, mas também olhamos para o futuro para seu cumprimento completo na segunda vinda de Jesus. Como o antigo Israel, também estamos aguardando a futura vinda de Jesus para cumprir todo o plano de Deus para nós e para o seu mundo”. [disponível em: https://lecionario.com/advento-e-natal-diferenças-e-conexões-2c5ab0794105].
O Advento nos ensina a cultivar e praticar a verdadeira Esperança, que é enraizada não por um otimismo sem propósito, mas nutrida por uma profunda confiança na memória e certeza dos atos salvadores de Deus na História, antes de nós, e de como elas sinalizam para a sua fidelidade em cumprir tudo aquilo que prometeu. Em um mundo de agitação, hábitos de pressa e de instantaneidade, o Advento nos relembra que Deus atua por meio de treinar nossos corações no tempo e no espaço, de modo longo e progressivo e, por isso, a Esperança é uma virtude que Ele está criando e desenvolvendo em nós.
O que é o Natal?
O Natal é a época do calendário cristão que sucede o Advento no dia 25 de dezembro. É o momento em que celebramos o cumprimento de parte das expectativas que nutrimos no Advento, pois celebramos a vinda de Jesus, a Eternidade entre nós. O casamento de Cristo com a matéria. O momento em que o Criador se torna criatura e, sendo Deus, se limita à humanidade, com todas suas tensões, dilemas e dramas.
É o tempo em que refletimos mais detidamente na pessoa de Jesus, sobretudo sua humildade. Nos atentamos para o modo singular e assombrosamente maravilhoso que foi o Deus do Universo se manifestar no corpo frágil de um bebê. Ao sermos inseridos nessa narrativa durante o tempo do Natal, nos vemos tomados pela mesma alegria que nasceu no coração daqueles anjos e pastores que viram Jesus numa manjedoura. Vemos, assim, a mesma alegria nascer em nossos corações e, nela, o motivo da nossa celebração e a força para, a exemplo de Cristo, usarmos todo o nosso ser como oferta para os outros. O Natal é esse convite para, à semelhança de Jesus, começarmos a medir sucesso pelo nosso nível de esvaziamento e entrega aos outros, sobretudo os mais simples e necessitados.
4 disposições de coração para adotar
Tendo em mente tudo que aprendemos sobre o tempo do Advento e do Natal, queremos te encorajar a buscar e desenvolver quatro práticas:
1. Cultive a Esperança: medite em como o Advento e o Natal são momentos especiais para cultivar em nosso coração, de nossa família e amigos, a Esperança que o Evangelho nos dá. Busque esta disposição de coração ao ler as Escrituras nesse tempo e foque sua visão em olhar para o modo como os eventos maravilhosos de Deus na História antes de nós nos ajudam a viver no hoje e a esperar pelo amanhã.
2. Pratique o Amor: olhe para as necessidades dos outros ao seu redor e veja como atitudes práticas suas podem tornar a vida deles melhor, mais fácil e mais tranquila. Se você tem algum desafeto ou sabe de alguém que quer o seu mal, ore por essa pessoa e, se puder fazer algo a favor dela, faça. Considere separar parte dos seus recursos (que não somente ou exclusivamente dinheiro, mas, também, tempo, serviço, habilidades específicas, entre outras) para dar a alguém em necessidade, sem buscar retribuição ou ser exataldo.
3. Busque a Paz: busque formas de restaurar coisas que estão perdidas ou quebradas em sua vida hoje. Pode ser tanto coisas físicas como “coisas” relacionais. Paz aqui tem o sentido de Shalom, que se refere às coisas que estão inteiras, em plenitude. Se você sabe de coisas na sua vida que estão quebradas ou incompletas, pense em formas de trazê-las à plenitude novamente e restaurá-las. Por exemplo: libere perdão, vá atrás de alguém que você machucou (ou o contrário) e busque a reconciliação, reaproveite e recicle coisas físicas que ainda podem ser úteis, entre outros.
4. Celebre a Alegria: mesmo que seu fim de ano esteja sendo marcado por momentos difíceis, lutas e desafios, celebre a Alegria como prova da sua confiança de que este estado de espírito alegre depende da fidelidade de Deus em prover alegria aos nossos corações mesmo quando as circunstâncias à nossa volta não são as melhores. Você está passando por momentos bons? Celebre dando glória a Deus e pense em formas práticas de incluir outros nesta celebração e fazer dela um belo testemunho da bondade de Deus.
Que o seu Natal seja cheio da presença maravilhosa de Jesus e que, assim como Ele foi gerado pelo Espírito Santo e habitou o corpo de uma mulher, possa ser gerado em você e encontrar habitação em seu coração, hoje e sempre. Feliz Natal!
