Reforma Protestante: Os 3 pilares necessários para entender

Reforma Protestante: Os 3 pilares necessários para entender

 

Hoje nós e a Igreja, comemoramos mais um aniversário da Reforma Protestante. Data marcante que precisa sempre ser lembrada, não é mesmo?

Mas para além de seu significado, precisamos ter em mente os anos que a antecederam. Eles foram marcados pelo declínio da fé caracterizado por uma crise de autoridade, de salvação e de espiritualidade

É importante ter em mente que a Reforma não foi um momento monolítico, pelo contrário, foi marcada por uma série de movimentos e de convulsões em vários campos que estavam tomando conta do cenário no qual a Reforma iria desaguar. Por isso que autores de peso, como Alister McGrath, falam na possibilidade de se falar em várias reformas e não somente “A Reforma”. 

O que deu início a reforma protestante

O mote principal começou sendo com o primeiro pilar da crise, a autoridade, o que fez surgir a necessidade da Igreja voltar às suas fundações e, como consequência, à Bíblia como sendo o fundamento da Igreja e não a hierarquia ou os membros que a compõe. A grande questão era devolver à própria Escritura a fonte de autoridade. É dessa crise de autoridade que surge o movimento do Sola Scriptura, que deixa de vincular a revelação da fé a uma pessoa e a vincula a um material revelado, não mais ao Papa, mas à revelação que se deu em um livro.   

O segundo pilar da reforma protestante

O segundo pilar da crise que desaguou na Reforma foi a crise de salvação, frente ao drama da inevitabilidade da morte que marcou a pré-reforma no contexto da peste negra. Diante desse dilema, a Igreja não conseguia dar segurança da salvação ao fiel e, assim, doutrinas como a justificação e da predestinação asseguravam ao fiel que se ele abraçou aquelas verdades pela fé ele seria preservado para a vida eterna.

Assim, entra a justificação somente pela fé: “Cristo morre pelo meu pecado e quando eu o abraço Ele me transfere a justiça que conquistou”. Um pecador que coloca sua fé no crucificado é declarado justo e seus pecados perdem o poder de ofenderem a majestade divina. O amor de Deus é estável porque somos justificados pelo amor perfeito de Deus em Jesus. Desse modo, não fazia mais sentido a compra de indulgências para absolver as pessoas de pecados ou livrá-las do drama do purgatório. 

A ruptura trazida com a reforma protestante

Por fim, havia uma crise de espiritualidade em que os clérigos seriam mais espirituais do que as pessoas comuns, como se a vocação eclesiástica fosse superior ao trabalho e a vocação ordinária de um fiel comum.

Com a Reforma, temos uma ruptura desse pensamento com o sacerdócio universal de todos os crentes, que nada mais é do que: todos os crentes são sacerdotes e ninguém é sacerdote para si mesmo, mas somos sacerdotes uns para os outros, para nos servirmos mutuamente e para servimos aqueles que ainda não confessam a Deus.

Lutero defendia, por exemplo, que uma dona de casa e um padeiro que trabalham bem glorificam mais a Deus do que um homem que vive em um mosteiro e é um beberrão, por exemplo. 

A comemoração da reforma protestante

Comemoramos no dia 31/10 o dia da Reforma Protestante, mas é importante ter em mente que o movimento inaugurado por Lutero é programático e o seu momento mais importante não é o dia da apregoação das 95 teses.

O movimento inicial de Lutero é criticar uma forma equivocada de pensamento da Igreja. As práticas erradas da Igreja bebiam em uma forma de pensamento escolástica e foi isso que Lutero contestou em 04 de setembro de 1517 e não tanto as práticas que ela contesta em 31/10.

São ideias que Lutero está debatendo e como elas desaguaram em práticas contrárias às Sagradas Escrituras. O projeto de Lutero foi perceber que as indulgências eram a ponta de iceberg de uma forma de pensar equivocada e era isso que ele precisava atacar e foi isso que ele fez

Igreja reformada sempre reformando

Que a semelhança de Lutero, em um tempo em que a Igreja precisa continuar se reformando, possamos sondar as nossas formas de pensar e o espírito do nosso tempo, para sermos uma Igreja militante que entende seu papel profético no tempo e na História. Que a fé em Jesus e sua obra de salvação nos faça disputar um outro sentido de existência, não pensado na sabedoria do mundo ou na nossa própria, mas na sujeição e humilde obediência à maravilhosa sabedoria de Deus. A Igreja Reforma precisa, continuamente, se reformar, que esse seja o nosso mote e parte do nosso propósito, até que Ele venha!

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