Dia das Mães, Ana e o Deus que nos ouve

Dia das Mães, Ana e o Deus que nos ouve

Olá, propositivos, como estão? Hoje celebramos o Dia das Mães, dia marcante para todas nós que já desfrutamos do cuidado amoroso e protetivo de uma mãe.

Quando reconhecemos a importância e o motivo de termos e desfrutarmos de algo, passamos a olhar para “esse algo” de uma forma diferente (já passou por isso?). Por vezes, a pouca energia que empregamos na celebração de algo tem a ver justamente com a falta de uma real percepção sobre o que está diante de nós.

Por isso, no textinho de hoje, em celebração à elas, iremos olhar com atenção para aquilo que marcou uma importante mulher Bíblia enquanto nutria, em seu coração, o desejo de ser mãe. O que será que podemos ver, do caráter do próprio Cristo, refletido na vida desta mulher?

Reconhecer em Deus o nosso lugar

Em 1 Samuel, capítulo 1, temos o registro da história de Ana, uma das esposas de Elcana. Ali vemos que se tratava de uma mulher estéril que era provocada por sua rival em razão desta condição. Vemos que não se tratava de uma provocação pontual, mas de um tipo de afronta que acontecia frequentemente: todo ano quando Elcana e suas mulheres subiam à Casa do Senhor (1Sm 1.6, 7). Ana sentia o peso disso e externalizava isso em seu corpo, chorando e ficando sem comer. Não bastasse o modo como em seu próprio corpo suportava tal aflição, Ana não era compreendida por seu marido que dizia: “Ana, por que choras? Por que não comes? Por que o teu coração está tão triste? Não sou melhor para ti do que dez filhos?” (1Sm 1.8).

Diante de todo esse cenário, chama atenção a atitude que Ana toma. Depois de mais uma das idas anuais ao Templo, após todos terem se alimentado e bebido, Ana, provavelmente em abstinência de comida, se levanta e, dentro do templo, ora ao Senhor, chorando muito e com a alma amargurada. Vemos que diante do acúmulo de aflições, Ana resolve depositar toda sua angústia e peso de coração aos pés do Senhor. Ana não quis o lugar da luta ou da guerra contra sua rival e nem mesmo se ocupar do lugar da afronta a seu marido pela pergunta insensível. Ana nem mesmo se ocupou em maldizer a Deus por sua condição. Mesmo com o coração alimentado por amargura, tendente a se endurecer e quebrar, Ana decide se colocar diante do Senhor. Ela encontra seu lugar aos pés do Senhor.

Deus tem sido o “Seu Lugar”, o espaço onde você habita e para o qual você corre? Ou você tem dado passos em direção a outros lugares que não os pés do Senhor? Para onde você corre quando você sente profunda aflição?

Temer a Deus mesmo quando lamentamos profundamente nossa condição

Em sua oração aos pés do Senhor, Ana apela para o caráter de Deus e pede para que seja mãe. Ao se colocar diante do Senhor com a alma amargurada, chorando muito, causando suspeita no sacerdote que ali estava e chega a cogitar que Ana estivesse embriagada; vemos que, em seu corpo, Ana externalizou toda sua condição de aflição, sofrimento e lamento.

Nesta postura de Ana, podemos aprender que temor a Deus e vulnerabilidade caminham juntos. Quando recorremos ao Senhor, dizemos não a todos os falsos deuses e a todas falsas esperanças de salvação. Nesta atitude, damos prova de que temos Ele como nosso único Deus, nosso único salvador, nosso perfeito ajudador. Sabendo que Ele é tudo isso (e muito mais do que conseguimos pensar e compreender), podemos ter segurança para nos achegarmos a Ele do jeitinho que estamos, na exata condição de aflição que estivermos suportando.

Qual é a sua aflição hoje? O que tem te feito chorar muito? Qual causa tem te feito perder a fome? Confie que precisamente quando estamos em condição de profundo sofrimento, podemos nos achegar a Deus do modo como estamos e colocar diante dEle nossa questão, seja qual for.

Ter na vontade de Deus nossa própria vontade

Nas condições de Ana, pode ser que, se fôssemos nós em seu lugar, pediríamos um filho para mostrá-lo como triunfo à nossa rival; ou como uma forma de rebater a insensibilidade do nosso cônjuge que não nos exerceu compaixão em meio ao nosso sofrimento ou, ainda, pediríamos um filho para que, finalmente, fôssemos livres da aflição que fez roer nosso coração e pudéssemos, então, ser felizes e termos um propósito na vida. Ana, de modo diferente, não justificou seu pedido por ser mãe em nenhum desses motivos. Pelo contrário, ela queria um filho para dedicar ao Senhor e Ele se lembrou dela.

Quando encontramos na vontade do Senhor, em toda palavra que sai da sua boca, nossa própria vontade, começamos a desfrutar de Suas bênçãos. Deus se agrada de ouvir nossas petições quando elas são as Suas próprias palavras. Aquilo que Ele mesmo nos ensinou a desejar e pedir. Foi justamente esse o caso de Ana, diante de outras motivações, todas egoístas e autocentradas, Ana preferiu alinhar sua vontade à de Deus. Ou melhor dizendo: Ana encontrou sua própria vontade ao cumprir a vontade Deus. No fim do registro bíblico, vemos que o Senhor dela se lembrou.

Você ora as palavras de Deus registradas na Bíblia? Seus pedidos são preenchidos pelas promessas que o Senhor nos ensinou a buscar? Você tem encontrado na vontade do Senhor a sua própria vontade? Medite nisso!

Conclusão

Ao escolher habitar em Deus, expor diante dEle toda sua condição e fazer da vontade dEle sua própria vontade, vemos a força do caráter de Ana. Mas sabemos que esta força não veio de Ana, mas do próprio Deus agindo nela e transformando seu coração. Ana só pôde proceder dessa maneira, por causa da providência de Deus em sua vida, que lhe ensinou a reconhecer nEle o seu lugar, a se apresentar diante dEle sem máscaras e fazer da sua própria vontade a vontade de Deus. Cristo, de modo semelhante e perfeito, provou que era o Escolhido de Deus quando, em seu momento de mais profunda aflição, antes da cruz, se retirou em um jardim para orar e fazer da oração o seu lugar diante de Deus. Naquela ocasião, Cristo externalizou em seu corpo toda sua angústia, suando lágrimas de sangue, e mesmo declarando que passado fosse dele o cálice da ira de Deus, declarou “todavia seja feita a Tua vontade”.

Mesmo sem ainda ser mãe, em seu desejo por maternar, vemos qual força de caráter aprova uma (futura) mãe diante de Deus: depender dEle inteiramente, encontrando nEle o seu lugar, se expondo diante dEle e encontrando nEle a nossa vontade e a nossa paz. E aí, vamos louvar nossas mães que, semelhantemente a Ana, nos ensinam como depender de Deus e ter Cristo, cada vez mais, sendo formado em nós?

Feliz Dia Das Mães! 🤎 

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