[Resenha] Uma Vida Vasta: como as suas limitações são uma bênção

[Resenha] Uma Vida Vasta: como as suas limitações são uma bênção

Hey, propositivos, como estão? Por aqui, já começamos 2023 com novidades e lançamentos: o Journal Book Uma Vida Vasta, cheio de propósito como gostamos de fazer em mais uma parceria incrível com a Pilgrim Books.

No texto de hoje, preparamos uma resenha sobre este livro da autora Ashley Hales para que, ao passear pelos pontos principais de cada capítulo, você tenha mais um excelente motivo para torná-lo sua próxima leitura ou a leitura que você, intencionalmente, fará em comunidade, com um grupo maior de pessoas (que tal?).

Vamos juntos descobrir qual o propósito e o diferencial deste livro, e qual caminho ele percorre para nos levar a isso?

Propósito: as nossas limitações são uma bênção

Existe uma narrativa muito forte em nossa mente e coração que prega para o nosso imaginário que sucesso é medido pelo quanto conseguimos ultrapassar os nossos limites, superá-los. Isso lhe soa comum? Imagino que sim. A nossa cultura está impregnada por este pensamento e prova disso é que muitos de nós já ouviram frases como: “Vá lá e siga seus sonhos!”; “Seja o herói da sua própria história!”; “Encontre a sua felicidade!”; “Viva sua melhor vida!”; ou algo próximo disso, não é mesmo?

O problema é que, por mais emocionantes ou arrebatadoras que tais frases possam ser, elas são incapazes de transmitir a realidade sobre como nos sentimos sobre nós mesmos e nossas condições quando seguimos tais conselhos. Ao invés de nos sentirmos felizes, realmente satisfeitos, ao nos entregarmos para a vida (supostamente) ilimitada, nos encontramos sobrecarregados, insatisfeitos e esgotados. E quando pior, sentimos que o resultado disso é porque não nos esforçamos o suficiente ou faltou dedicação de nossa parte. Já se sentiu assim?

Ao descrever esse diagnóstico, Ashley Hales nos convida a um caminho melhor. Ao invés de seguirmos acreditando que ultrapassar/superar os nossos limites é o caminho para a vida plena, a autora nos mostra que a vida ampla não se encontra em opções desenfreadas ou concretizadas na nossa correria. Mas que a vida que almejamos encontra-se dentro dos limites amorosos de Deus. Nos ajuda, assim, a reconhecer que quando vivemos dentro desses limites, descobrimos uma vida cheia de propósito, alegria e descanso.

Diferencial: Cristo (o próprio Deus) se limitou!

O diferencial do livro é apontar para o modo singular pelo qual o Deus-Homem se submeteu, voluntariamente, às próprias limitações. Ao se encarnar, no tempo e no espaço, se restringir a um corpo, a um contexto geográfico, a uma língua, a um sotaque, a uma família, a uma região, a uma vida humilde que, em si mesma, trazia muitas limitações pela falta de recursos e oportunidades, entendemos que Jesus Cristo abraçou a condição de mesmo sendo Deus não ter por usurpação o ser igual a Deus, mas preferir se tornar humano para nos mostrar como se é plenamente humano: quando vivemos em absoluta dependência de Deus - o que envolve reconhecer e abraçar as nossas limitações!

Quando tentado por Satanás e provado por Deus, Cristo não quis fazer uso da própria divindade ou mesmo desfrutar da dignidade de filho de Deus sem, antes, passar pelo deserto (um estágio especial de humilhação no qual abraçou as limitações do próprio corpo ao padecer fome e sede por longo período de jejum). Pelo contrário, quando lhe foi sugerida a possibilidade de transformar pedras em pães, preferiu relembrar que o verdadeiro pão é a Palavra que procede da boca de Deus.

Em outro momento de profunda angústia e solidão, quando muito perto de ser entregue àqueles que lhe tirariam a vida, ao se submeter ao plano de Seu Pai de fazer com que o cálice da Sua ira não fosse afastado dEle, mas que, pelo contrário, fosse necessário beber ele todo, Cristo também nos mostra que viver em dependência envolve abraçar as nossas limitações de não estar no controle. Ao fazer assim, Ele nos mostrou que uma vida que reconhece as limitações é uma vida que caminha na dependência de Deus e que isso, sim, é verdadeira liberdade e vida plena. Você crê?

Qual o caminho do livro: capítulo por capítulo

O livro é composto por 13 capítulos, distribuídos em 192 páginas, contendo uma seção de Agradecimentos, ao final. No início, o livro traz 4 páginas de ferramentas que tem por objetivo ajudar o leitor a refletir antes da leitura do livro e, por si mesmo, pensar em suas limitações e como se sente com relação a elas.

No capítulo 1, o livro irá nos mostrar que a liberdade cristã é de outro tipo, é uma liberdade que vem de reconhecermos e abraçarmos as nossas limitações e entender - ao absorver na própria vida - o significado poderoso dessa verdade. No capítulo 2, a ideia apresentada no capítulo 1 é esmiuçada por meio da explicação que a autora nos traz sobre como os limites são bons, bênçãos e como a “aparente” pequenez em que eles nos colocam, em verdade, é vastidão. No capítulo 3, somos levados a pensar sobre como os nossos hábitos de consumo digital estão contribuindo para que vivamos uma aparente vida ilimitada, de estar em todos os lugares ao mesmo tempo, e, como isso é falso e nos afasta das pessoas, de fato, presentes em nossas vidas e, ainda, corrompe nossa própria espiritualidade, moldando nossas sensibilidades espirituais. No capítulo 4, somos encorajados a treinar o nosso coração a descansar em Deus quando reconhecemos que não estamos nos controle das coisas e o que nos cabe é esperar o tempo que Ele determinada para cada coisa.

No capítulo 5, somos levados a refletir sobre como somos seres em formação e que isso exige nos submetermos ao tempo e às práticas antigas (coisas como oração, adoração coletiva, comunhão com a igreja, leitura das Escrituras e cuidado com o próximo) como forma de nos tornarmos comunidades sólidas. No capítulo 6, somos convidados ao hábito do deleite, que é nos deliciarmos, como fazemos com uma boa comida, por exemplo, no amor de Deus por nós e desfrutarmos das demais coisas como uma resposta a isso, e não tentando, por meio de esforços e performance alcançar o amor de Deus que já nos é dado. No capítulo 7, somos convidados a treinar o nosso olhar para as coisas da vida, o momento presente, rejeitando hábitos de pressa e não contemplação. No capítulo 8, somos convidados à entender o nosso propósito dentro da comunidade, que é, assim como o sal, ressaltar o sabor dos demais ingredientes, e não se sobressair ou tornar incomestível uma comida pela quantidade exagerada.

No capítulo 9, somos convidados a reencantar o olhar para a realidade das coisas materiais, ver nelas as expressões de realidades espirituais que Deus está nos comunicando, como na Ceia, onde comemos e bebemos (realidade física), somos parte do corpo e do sangue de Cristo (realidade espiritual). No capítulo 10, somos chamados a permanecer assim como Cristo permaneceu por nós e permanece em nós, ou seja, a permanecer firmado naquilo que Ele nos permite viver, seja dor ou perda, e extrair disso um convite para conhecê-Lo melhor e treinar nosso coração em sua Esperança. No capítulo 11, somos convidados a ver os limites como espaços para que o amor e a esperança floresçam, de formas práticas. No capítulo 12, somos levados a compreender que há propósito mesmo nas coisas “mais pequenas” e “insignificantes”. Por fim, no capítulo 13, somos chamados a treinar o nosso olhar e o modo como vemos todas as coisas ao nosso redor.

E aí, ficou com vontade de ler na íntegra? Corre para o nosso site e adquira o seu exemplar, e desfrute de uma leitura leve e vasta, cheia de propósito 💫 

 

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